24 de janeiro de 2009

Pensamentos em instantes

Engraçado como certas reflexões vem em milésimos de segundos.
Hoje dei aquela ronda nos blogs de vcs, não comentei nenhum além do da Sara, mas não comentei os outros pq estava colocando as idéias no lugar.
Antes de ler os blogs porém, eu entrei no orkut, e vi que a Bruna tinha colocado um video novo, cliquei e vi que era o Hino Nacional.
Nossa isso me tocou sabia!
Sempre adorei o Nosso Hino, acho lindo, cheio de história, e muitas vezes eu chorei ao escuta-lo.
Hoje vendo esse video no orkut da Bruninha, eu chorei também.
Foi um misto de saudades de casa, comida, amigos, familia, cachorro...
Foi saudades da simpatia do povo brasileiro, que é festeiro por natureza.
Saudades de praia, sol, água de coco e breja gelada.
Logo em seguida li o blog da Sa.
E depois de comentar o post, me peguei pensando na minha vida.
Minha vida começou difícil, quase morri no parto, tinha sérios riscos de ficar com sequelas irreparaveis.
Corri o risco de ficar cega e surda e orfã de mãe, já que minha mãe sofreu complicações gravissimas e quase morreu durante o parto.
Nasci com coqueluxe, uma doença grave e hoje em dia rara, que se não for muito bem cuidada pode matar o bebe.
Lembro de minha mãe contando que em meu ataques eu ficava completamente roxa. As vezes imagino como seria agoniante ver um bebe recém-nascido ficando complatamente roxo por falta de oxigenação.
Tive epsódios tristes, como a morte da minha avó paterna quando eu tinha 6 anos.
Me lembro bem da minha avó Leonor, cara de Italianona, gordinha. Lembro nitidamente dela me deixando brincar com a máquina de macarrão.
Minha avó cozinhava muito bem, ela fazia a massa do macarrão em casa e depois passava na máquina para cortar, lembro da máuina ser a manivela.
Em casa não se tinha de tudo que queriamos, mas nunca faltou nada Graças a Deus.
O que tinhamos de sobra era amor, ou melhor ainda é!

Lembro de como a morte do meu avô paterno nos pegou de surpresa, que iria imaginar que um senhor que já havia sofrido 2 enfartes e sobrevivido bravamente aos dois, iria falecer em uma cirurgia de femor?
Me lembro do dia em que descobrimos o Cancer da mamãe, primeiro a sensação de que o chão sumia, depois a atitude positia de que a gente com todo o nosso amor e união poderiamos lutar contra isso.
E lutamos até não podermos mais.
Logo após minha mãe falecer, meu avô materno tbm se foi, esse como sempre dizemos brincando já estava fazendo hora extra na Terra, morreu aos 88 anos.
Só se lembrava da minha avó e do cigarro, o resto de suas lembraças o Alzheimer levou.
Menos de um ano depois de minha mãe, minha vozinha querida tbm se foi, e foi tão de repente que não tem outra explicação se não Vontade Divina.
Minha avó materna era miudinha e bem magrinha, seu nome era Josefina, chegava a ser irônico, pq me lembro que ela pesava 36 quilos, as vezes parecia que ia quebrar, mas de frágil ela só tinha a aparencia
Depois da morte da minha mãe, ela ia em casa todos os dias, lembro que chegava do trabalho e via a vó Nena, fazendo janta.
Eu sempre dava bronca nela por causa disso, pq eu achava que era muito trabaho pra ela.
Engraçado que ela só ia mesmo pra fazer a janta, nunca ficava pra jantar, por mais que eu insistisse.
Sempre dizia: "Ai fia a vó não gosta de comer de noite se não passa mal do estomago!"
Outra coisa engraçada é que ela não sabia falar tóxico direito, e minha irmã achava engraçado e ficava pedindo, vó fala tóxico, só pra ouvir minha vó falar sem pronunciar o x direito, ela falava tochico, e minha irmã caia na gargalhada.

Meus pais sempre foram exemplo pra mim, sempre tiveram uma relação linda de marido e mulher.
Digo que quero um casamento como o deles, que mesmo enfrentando as piores adversidades cumpriu com o "até que a morte os separe".
Meus pais sempre fizeram questão de nos passar os principios de familia e união.
Lembro que qnd minha irmã e eu brigavamos, eles nos faziam sentar nas cadeira da cozinha uma de frente pra outra.
Sou capaz de escutar minha mãe dizendo: "Vocês só vão sair daí quando se abraçarem e fizerem as pazes!"
As vezes levava horas, mas sempre dava certo.
Minha mãe sempre falava que nossos irmãos tem de ser nossos melhores amigos. Hoje agradeço a Deus por ela ter me ensinado a amar tanto a minha irmã.
Meu pai mesmo não sendo muito de falar, sempre me ensinou com suas atitudes. Muito trabalhador, nunca ouvi ele dizendo que não gostava de trabalhar, ou que estava com preguiça.
As vezes qnd me vejo reclamando de mais de trabalho lembro dele, e logo me vem a cabeça ele me chamando a atenção por estar reclamando de algo que paga as minhas contas.
Hoje olhando tudo na minha vida, percebo que só tenho motivos pra agradecer. Passei por coisas que se pudesse escolher não passaria, a perda da minha mãe é uma delas.
Mas como saber quais são as intenções Divinas em certos acontecimentos?
Analizando resumidamente eu me destaco da maioria das pessoas! Sem querer me achar melhor que ninguem, mas pensando friamente, quem hoje em dia no Brasil tem oportunidade de fazer faculdade, pós-graduação e intercambio nos Estados Unidos, antes dos 25 anos de idade?
A minoria com certeza.
Sempre penso que as minhas conquistas são minhas, mas nunca serião minhas se não fosse por tudo que meus pais me ensinaram.

Aqui eu passei a ver o Mundo de maneira diferente, passei a dar mais valor ao meu país, tive certeza de que eu posso alcançar tudo que eu quiser, e solidifiquei ainda mais a minha admiração pelas pessoas mais importantes da minha vida.
Eles não precisaram fazer nada pra isso, só precisaram ficar longe, pra eu entender como eles foram, são e serão peças primordiais em minha vida e principalmente em minhas decisões.
Minha familia é tudo pra mim! Meu pai, minha mãe e minha irmã são aquilo que eu mais tenho apreço, não me importarei se acontecer de ficar pobre, encalhada ou coisa do tipo, pq sempre sentirei felicidade por te-los tido em minha vida.
No momento minha cabeça gira com todas as lembranças da minha infancia e adolescencia.
E é incrivel como elas ainda estão fresquinhas aqui dentro!!!
Se todos os pais e mães no mundo fossem iguais ou parecidos com os meus tenho certeza de que o mundo seria bem melhor!

Esse post hoje parece que não tem nada a ver com a vida de au pair né?
Mas se pensar bem, e analizar direitinho, vc vai ver que tem tudo mas, tudo a ver!

9 de janeiro de 2009

Balanço das coisas positivas

Nos comentários do post anterior me perguntaram se eu acho que valeu a pena vir pra cá como au pair.
E eu digo que sim valeu muito a pena.
Fazendo um balanço de tudo, eu tive muito stres sim, mas também tive muita diversão e muitas coisas boas.
Primeiramente conheci muitas pessoas, e a maioria delas eu com certeza nunca ia conseguir encontrar no Brasil por que somos de cidades diferentes e gostamos de coisas diferentes.
A Mir é de Franca interior de São Paulo, A Ju de Goiania, A Suzana de Santa Branca (interior tbm), A Sara é de São Paulo mas nós não frequentvamos os mesmos lugares.
Além das pessoas, os lugares que conheci valeram muito a pena, fui pra Califórnia, pra Disney e pra New York.
Comprei coisas por muito menos dinheiro do que seria possível no Brasil.
Morei numa cidade muito legal, onde tive momentos de muita diversão.
Morei com uma família que não é lá aquelas coisas, mas que também não é um pesadelo.
Cuido de uma bebezinha linda, que eu amo de verdade e já estou sentindo uma dorzinha de deixar.
Trabalhei muito, putz trabahei, mas me diverti tanto quanto.
Além disso, eu vim com o objetivo no Inglês, de melhorar, de aprender e isso com certeza eu fiz.
Meu inglês esta longe de ser do jeito que eu quero, mas melhorou e muito.
Qnd a gente sai do Brasil, vem com o pensamento de que em um ano a gente vai estar falando inglês fluente, mas a verdade é que em um ano isso não é possível para aquelas que como eu, vêm com o inglês intermadiário que a agencia pede.
Mas a melhora é visivel, melhor dizendo audível!!
Eu sempre reclamei mesmo dessa vida de au pair, mas é por que eu sou reclamona por natureza.
Mas na maioria das vezes que eu estava puta com alguma coisa eu sempre respirei fundo, e tentei levar na esportiva, deixar pra lá, e fazer piada da minha própria desgraça.
Acho que acabou dando certo, consegui aguentar até agora e tenho certeza que vou aguentar até o final.
E eu também aprendi a ser mais paciente, a engolir sapo, e a ser muito mais maleável.
Quem me conhece, sabe que eu nunca levei desaforo pra casa, sempre respondi as coisas na lata, doesse a quem doesse.
Mas aqui o buraco é mais em baixo, não dá pra ser bocuda com a dona da casa onde vc mora, se der na telha deles eles te poem pra fora sem peso na cosnciencia.
Então aprendi a relevar e isso foi bom pra mim, lógico que eu ainda preciso aprender o meio termo disso.
Porque se no Brasil eu respondia tudo na lata, aqui eu deixo tudo pra lá.
Também aprendi a dar muito mais valor na minha família, não que antes eu não desse, muito pelo contrário, minha família é tudo pra mim.
Mas morando tanto tempo longe a gente passa a dar valor em pequenas coisas que no dia-a-dia passam despercebido, mas aqui fazem muita falta.
Aprendi também como não educar meus filhos, e constatei que no Brasil se criam homens e mulheres de verdade. Aqui se criam pessoas frescas que viram adultos que se comportam como crianças mimadas.
Vi que ter liberdade é um tesouro raro, principalmente a liberdade igual a que eu tinha, de poder fazer o que bem entendesse sem precisar pedir permissão pra ninguém.
No final das contas eu que vim com o unico e exclusivo objetivo de aprender inglês estou voltando com muito mais bagagem de vida do que eu esperava.

Ai você me pergunta se valeu a pena?

Lógico que valeu!

Se eu recomendo que venham como au pair?

Claro que recomendo, o crescimento não vai ser apenas no inglês, vai ser como pessoa também.
Mas venham preparadas pra enfrentar qualquer tipo de coisa.

5 de janeiro de 2009

8 Meses, Férias, Ano Novo e Decisão!

Tenho muita coisa pra falar então já aviso que o post vai ser grande.
Vou começar pelas férias:
Disney é o melhor lugar do Mundo sem sombra de dúvidas!!!
O lugar mais mágico e mais fantástico que eu já fui!
Sea World é fascinante, a Shamu é gigante e exibida!!! Amei aquela Baleia
Universal é fodasticamente bom com aquele monte de montanha russa insana.
As companhias tbm não fizeram por menos.
Foi tudo incrivelmente bom e eu jurei pra mim que um dia eu volto com a minha familia lá.

Ano Novo:
Foi o menos comemorado da minha vida. Não por nada, acho q mais pelo meu estado de espírito do que por outra coisa.
Fui pra casa da Ju, comemos, bebemos e conversamos.
Nada além disso, pq a Ju estava trabalhando e o frio era tanto que não dava vontade de sair de casa.
Fiquei muito triste pq não consegui falar com a minha família no Brasil. Eles estavam na praia e os celulares lá não funcionam direito em dias normais em virada de ano então é impossivel.
Tive um ataque de choro antes de sair pra ir pra casa da Ju que achei q não ia conseguir parar de chorar.
Mas a vida é assim mesmo né tem hora que a gente ri e tem hora q a gente chora, faz parte do crescimento humano.

Decisão:
Tá decidido volto pra casa em Maio de 2009. Nem mais nem menos que isso.
A decisão foi tomada nas minhas férias.
Vou contar oq aconteceu
Um mes antes de sair de férias mandei um e-mail pra minha host perguntando como seria o pagamento das férias, e perguntei se ela poderia me pagar as 2 semanas de férias e ela disse q sim.
Na sexta antes do embarque rolou uma discussão entre nós duas por causa disso.
Ela queria e pagar 2 semanas (a de trabalho e uma de férias) qnd deveria pagar 3 (a semana de trabalho e 2 de férias)
Bom o clima ferveu, eu me controlei com todas as minhas forças pra não gritar com ela.
E bem quem me conhece sabe que eu grito mesmo, principalmente qnd estou na minha razão.
Bom, resolvido (ou não) a situação eu fui viajar.
No natal nem uma mensagem de feliz natal nem nada. Mas no dia q eu cheguei em Chicago ela me mandou uma mensagem no celular dizendo q eu deveria buscar a cachorra no canil já que eles estavam viajando e eu iria ficar uma semana em casa.
No ano novo ela me mandou uma outra msg perguntando se eu poderia começar a trabalhar uma hora antes, mas nem pensou em escrever Happy New Year na mesma.
Meu presente de Natal?
Cuidar da cachorra, passar nervoso um dia antes de embarcar pra Disney e ter q voltar de Michigan pra Chicago de trem as 10 horas da noite, pq eles me fizeram ir pra Michigan com eles pra trabalhar durante a sexta-feira, detalhe os dois ficaram o dia todo sem fazer nada.
A pelo menos 4 meses ela sabia a data da minha viagem e mesmo assim me fez toda essa preseada de ter que ir pra uma cidade a 3 horas de trem de Chicago.
Eles não me deram nada de presente de Natal, nem uma camiseta pra dizer que lembraram de mim.
Pensei racionalmente e vi que pra mim não dá essa vida.
Estou desde o Halloween sem ter final de semana off, o que eu tive off foi o das minhas férias, que não contam como fim de semana off.
Eles reclamam qnd eu como as coisas da geladeira, me fazem trabalhar a mais sem me pagar hora extra e fazem com que isso pareça um favor e camaradagem qu eu to fazendo pra eles.
Raramente conversam comigo e nunca me incluem em nada, como aconteceu no Thanksgiving.
Vim pra cá, não só pra trabalhar, vim pra estudar e vivenciar a cultura. Não participei de nenhuma data que é culturalmente diferente do Brasil com eles.
Sem contar que sou tratada como empregada.
Ai vai ter muitas de vcs dizendo que eu deveria relatar isso pra minha LCC. Mas minha LCC é do tipo que sempre fica do lado da familia e ela simplismente leva pelo menos 10 dias pra responder um e-mail que eu mando.
Sei que o que me fez aguentar firme foram as minhas amigas, se não tivesse elas por aqui eu com certeza já teria voltado pro Brasil a muito tempo.
Minha host family não é ruim, sei de host family muito mas muito pior que isso, mas eles estão longe de ser bons.
As regras da casa são absurdas e me fazem ficar homesick.
A pior delas é q eu só posso receber minhas amigas em casa uma vez por mes. Agora junta isso com o fato de que trabalho 3 finais de semana por mes.
Homesick na cabeça.
Qnd eu conversei com eles deixei claro que minha prioridade era final de semana off e eles disseram q eu iria ter praticamente todos os finais de semana off que eu teria que trabalhar no maximo um final de semana por mes.
Mas como reclamar de algo que esta no contrato? Pelo contrato au pair só tem direito a um final de semana off por mes.
Enfim mais que um ano impossivel de aguentar.
Nem com essa nem com outra familia!!!
To voltando em maio e contando os dias pra pisar no aeroporto de Guarulhos e ver minha familia!!!

8 meses:
8 meses longe de casa é foda!!! Tem hora que eu acho que não vou aguentar.
Mas preciso admitir que meu inglês nesses 8 meses mehorou 300%
Falar ainda é meio complicado por causa da vergonha e da falta de confiança, mas falo, as vezes erro, me atrapalho mas hoje posso dizer que falo.
Compreendo tudo, não vou mentir e dizer que entendo palavra por palavra do que me falam, mas entendo todo o contexto em 99% das vezes.
Sei que essa experiência vai contar horrores na minha carreira, mesmo eu não tendo feito nenhum curso na minha área aqui, sei que ter morado aqui e que o inglês que eu tenho hoje vai ser um diferencial.

Bom meninas é isso!
Se quiserem a minha host family ta já ta procurando au pair.
Eles estão na Au Pair Care, mas estão cogitando a possibilidade de mudar pra Au Pair in America.
Quem estiver afim eu indico.
E as fotos da Disney estão no meu orkut, o Album ta aberto pra todo mundo ver!

Beijocas