Engraçado como certas reflexões vem em milésimos de segundos.
Hoje dei aquela ronda nos blogs de vcs, não comentei nenhum além do da Sara, mas não comentei os outros pq estava colocando as idéias no lugar.
Antes de ler os blogs porém, eu entrei no orkut, e vi que a Bruna tinha colocado um video novo, cliquei e vi que era o Hino Nacional.
Nossa isso me tocou sabia!
Sempre adorei o Nosso Hino, acho lindo, cheio de história, e muitas vezes eu chorei ao escuta-lo.
Hoje vendo esse video no orkut da Bruninha, eu chorei também.
Foi um misto de saudades de casa, comida, amigos, familia, cachorro...
Foi saudades da simpatia do povo brasileiro, que é festeiro por natureza.
Saudades de praia, sol, água de coco e breja gelada.
Logo em seguida li o blog da Sa.
E depois de comentar o post, me peguei pensando na minha vida.
Minha vida começou difícil, quase morri no parto, tinha sérios riscos de ficar com sequelas irreparaveis.
Corri o risco de ficar cega e surda e orfã de mãe, já que minha mãe sofreu complicações gravissimas e quase morreu durante o parto.
Nasci com coqueluxe, uma doença grave e hoje em dia rara, que se não for muito bem cuidada pode matar o bebe.
Lembro de minha mãe contando que em meu ataques eu ficava completamente roxa. As vezes imagino como seria agoniante ver um bebe recém-nascido ficando complatamente roxo por falta de oxigenação.
Tive epsódios tristes, como a morte da minha avó paterna quando eu tinha 6 anos.
Me lembro bem da minha avó Leonor, cara de Italianona, gordinha. Lembro nitidamente dela me deixando brincar com a máquina de macarrão.
Minha avó cozinhava muito bem, ela fazia a massa do macarrão em casa e depois passava na máquina para cortar, lembro da máuina ser a manivela.
Em casa não se tinha de tudo que queriamos, mas nunca faltou nada Graças a Deus.
O que tinhamos de sobra era amor, ou melhor ainda é!
Lembro de como a morte do meu avô paterno nos pegou de surpresa, que iria imaginar que um senhor que já havia sofrido 2 enfartes e sobrevivido bravamente aos dois, iria falecer em uma cirurgia de femor?
Me lembro do dia em que descobrimos o Cancer da mamãe, primeiro a sensação de que o chão sumia, depois a atitude positia de que a gente com todo o nosso amor e união poderiamos lutar contra isso.
E lutamos até não podermos mais.
Logo após minha mãe falecer, meu avô materno tbm se foi, esse como sempre dizemos brincando já estava fazendo hora extra na Terra, morreu aos 88 anos.
Só se lembrava da minha avó e do cigarro, o resto de suas lembraças o Alzheimer levou.
Menos de um ano depois de minha mãe, minha vozinha querida tbm se foi, e foi tão de repente que não tem outra explicação se não Vontade Divina.
Minha avó materna era miudinha e bem magrinha, seu nome era Josefina, chegava a ser irônico, pq me lembro que ela pesava 36 quilos, as vezes parecia que ia quebrar, mas de frágil ela só tinha a aparencia
Depois da morte da minha mãe, ela ia em casa todos os dias, lembro que chegava do trabalho e via a vó Nena, fazendo janta.
Eu sempre dava bronca nela por causa disso, pq eu achava que era muito trabaho pra ela.
Engraçado que ela só ia mesmo pra fazer a janta, nunca ficava pra jantar, por mais que eu insistisse.
Sempre dizia: "Ai fia a vó não gosta de comer de noite se não passa mal do estomago!"
Outra coisa engraçada é que ela não sabia falar tóxico direito, e minha irmã achava engraçado e ficava pedindo, vó fala tóxico, só pra ouvir minha vó falar sem pronunciar o x direito, ela falava tochico, e minha irmã caia na gargalhada.
Meus pais sempre foram exemplo pra mim, sempre tiveram uma relação linda de marido e mulher.
Digo que quero um casamento como o deles, que mesmo enfrentando as piores adversidades cumpriu com o "até que a morte os separe".
Meus pais sempre fizeram questão de nos passar os principios de familia e união.
Lembro que qnd minha irmã e eu brigavamos, eles nos faziam sentar nas cadeira da cozinha uma de frente pra outra.
Sou capaz de escutar minha mãe dizendo: "Vocês só vão sair daí quando se abraçarem e fizerem as pazes!"
As vezes levava horas, mas sempre dava certo.
Minha mãe sempre falava que nossos irmãos tem de ser nossos melhores amigos. Hoje agradeço a Deus por ela ter me ensinado a amar tanto a minha irmã.
Meu pai mesmo não sendo muito de falar, sempre me ensinou com suas atitudes. Muito trabalhador, nunca ouvi ele dizendo que não gostava de trabalhar, ou que estava com preguiça.
As vezes qnd me vejo reclamando de mais de trabalho lembro dele, e logo me vem a cabeça ele me chamando a atenção por estar reclamando de algo que paga as minhas contas.
Hoje olhando tudo na minha vida, percebo que só tenho motivos pra agradecer. Passei por coisas que se pudesse escolher não passaria, a perda da minha mãe é uma delas.
Mas como saber quais são as intenções Divinas em certos acontecimentos?
Analizando resumidamente eu me destaco da maioria das pessoas! Sem querer me achar melhor que ninguem, mas pensando friamente, quem hoje em dia no Brasil tem oportunidade de fazer faculdade, pós-graduação e intercambio nos Estados Unidos, antes dos 25 anos de idade?
A minoria com certeza.
Sempre penso que as minhas conquistas são minhas, mas nunca serião minhas se não fosse por tudo que meus pais me ensinaram.
Aqui eu passei a ver o Mundo de maneira diferente, passei a dar mais valor ao meu país, tive certeza de que eu posso alcançar tudo que eu quiser, e solidifiquei ainda mais a minha admiração pelas pessoas mais importantes da minha vida.
Eles não precisaram fazer nada pra isso, só precisaram ficar longe, pra eu entender como eles foram, são e serão peças primordiais em minha vida e principalmente em minhas decisões.
Minha familia é tudo pra mim! Meu pai, minha mãe e minha irmã são aquilo que eu mais tenho apreço, não me importarei se acontecer de ficar pobre, encalhada ou coisa do tipo, pq sempre sentirei felicidade por te-los tido em minha vida.
No momento minha cabeça gira com todas as lembranças da minha infancia e adolescencia.
E é incrivel como elas ainda estão fresquinhas aqui dentro!!!
Se todos os pais e mães no mundo fossem iguais ou parecidos com os meus tenho certeza de que o mundo seria bem melhor!
Esse post hoje parece que não tem nada a ver com a vida de au pair né?
Mas se pensar bem, e analizar direitinho, vc vai ver que tem tudo mas, tudo a ver!
Sem razao para existir
Há 13 anos